Castelo de Netherton

Krum sabia que seu destino não seria nada fácil, se deu conta assim que seus ferimentos começaram a se fechar, era agora um servo de Godúx, o Invisível. O ferimento mais grave ficava no peito, ele tinha um galho de arvore que passava próximo a seu coração, coisa que o demônio poderia fazer desaparecer com o toque, mas preferiu puxar, fazendo o elfo urrar de dor. Do galho o demônio separou algumas gotas de sangue, colocando-as num pequeno frasco, que logo sumiu numa nuvenzinha roxa.

- Não é nada difícil. - disse Godúx que colocou a mão sobre o ferimento do elfo. O tecido interno começou a se esticar e crescer, reformando o espaço vazio deixado pelo galho. Krum mal conseguiu se manter acordado por conta de tanta dor e por isso nem gritou. Quando o processo acabou ele não sentia mais tanta dor. - A dor passa. - Afirmou o demônio.

O braço esquerdo então começou a queimar e a parte marcada de seu braço começou a diminuir de tamanho, voltando a mais ou menos a metade do braço, como antes da transformação. Com esforço se ergueu, e se arrastando pela grama encostou-se numa arvore. A sua frente estava o castelo, a seu lado, sua espada, junto com seus equipamentos.

Saudades daquele vez que fui numa dessas festas, me lembro que Selenna estava tão linda... - pensou, mas Godúx ainda estava ali, o observando. - Você serve a mim agora. Regra número 1: Não falar sobre mim a ninguém. Regra número 2: Não falar sobre mim a ninguém. Regra número 3: Não falar sobre mim a ninguém. Acho que deixei bem claro isso, certo? - Krum ascentiu com a cabeça, cuspindo sangue. - Você tem um divida comigo. Uma divida que levara até o dia de sua morte. Eu salvei sua vida e agora você vai começar a me pagar. - O demônio apontou para o peito de Krum, ele flutuou no ar até ficar de pé. Então sua espada voou até sua mão direita. - Sua primeira missão será..

O poderio do patrono era algo inconstante e incessante. Krum agora podia se ver de frente a um enorme castelo, ainda sem saber sua missão, apenas sabia que devia ir, mas não como havia chegado ali. A entrada era bastante rústica e visivelmente arruinada pelo tempo e os desabamentos de mais de uma das pilastras, porem as paredes e o teto ainda continuavam em pé. Tudo o que podia ser visto logo de cara, era apenas uma porta velha e grande de madeira ao fundo, e ouvia-se o som de ratos debaixo dos escombros.