Beco da Magia

"[...]Precisamos passar no beco da magia para tentar negociar umas poções. Não devia deixar essa parte de negócios com você, mas precisamos aproveitar melhor nosso tempo.[...]"

-- Que? como assim não devia deixar negócios comigo? Tá achando que eu sou criança? --

"[...]E antes que você comece a me amaldiçoar pelo que eu disse a pouco, quero que se lembre daquela vez em que você tinha apenas que comprar um punhado de pele de carneiro e você trouxe dois carneiros vivos, uma cabra manca, um banco e um balde pra ordenha, que por sinal estava furado.[...] "

-- Mas foi uma pechincha! --

"[...]Aliás é por causa desse episódio que levamos mais tempo pra aprontarmos as coisas.[...]"

-- Tá você venceu... --

"[...]Então guarde bem, precisamos de poções curativas, poções energéticas, e talvez alguns elixires para venenos e óleo pra resistir ao frio. O que der, pelo menor preço, e nada de pechinchas! E não se esqueça, que nesse momento, para qualquer um que não nos conheça, nosso nome é Gemini![...]"

-- Blá, blá, blá...maninho, você fala demais. Não sei nem como teve tempo de escrever isso tudo! Agora vejamos...poções... -- Póllux fecha e guarda o diário em sua pequena bolsa enquanto olha ao redor procurando a loja certa.

-- Poder dos Deuses...Uh gostei do nome, é pra lá mesmo que eu vou. Espero que eles estejam abertos a uma boa pechincha. --

E sem pensar duas vezes, Póllux parte em direção à loja, olhando com curiosidade cada objeto à vista.

Todos aqueles objetos esquisitões...

"Esses magos são mesmo desocupados...o que eles fazem é criar coisas das quais nunca precisamos para resolver problemas que nunca tivemos antes...o que é que eu vim fazer aqui mesmo ein?"

Por entre tantas vitrines e prateleiras, o que realmente chamou atenção foi aquele lindo par de...olhos andando na direção de Póllux. E numa reação automática e natural de seu corpo, ele endireita a postura, ajeita o cabelo e sente o hálito antes de se dirigir para a donzela que se aproxima.

"Aquilo é um tigre? Uh...selvagem...rawrrr..."

Num movimento ligeiro e despretensioso, Póllux derruba o animal do colo da moça, imediatamente segurando-o para que não caia e se machuque.

-- EI VOCÊ AÍ, OLHA POR ONDE ANDA, QUASE DERRUBOU A ONÇA DA DONZELA! -- Grita Póllux para o transeunte mais próximo. -- Tome aqui, senhorita, o seu bichano. -- Ele estende a pequena tigresa para Chaos.

-- Sabe, você não se parece com alguém daqui...aliás, se fosse daqui eu com certeza saberia. Impossível esquecer seu olhar. -- Ele faz uma reverência, beijando a mão da menina. -- Póllux, ao seu dispor.

-- Sim, uma tigresa...Afinal, são todos felinos, não? -- Póllux abre um largo e sincero sorriso.

"RÁ, eu sabia que ia encontrar coisa boa nesse beco! Espera só até eu contar pro Késtor!"

-- Lafarn é? Já estive por aquelas bandas uma vez. -- Diz enquanto afaga a pequena tigresa.
-- Então me diz Elyaris, por sinal, acho lindo esse nome, o que uma dama como você faz sozinha e tão longe de casa?

Aparentemente a loja estava vazia, por excessão dos jovens ali presentes e de uma criança, que brincava atrás do balcão, com o que parecia um espécie de globo metalico. A cada movimento que o jovem fazia no brinquedo parecia que este soltava uma nota musical, na verdade parecia estar concentrado demais para estar brincando, deveria estar consertando, pelo menos era o que parecia. E derepente uma série de notas começaram a tocar rapido, mas logo foram ficando lentas até morrerem, foram mais alguns segundos apertando um parafuso ali e aqui e o globo começou a girar e tocar uma música infantil.

Foi nesse momento que uma senhora saiu dos fundos da loja, batendo as mãos e dizendo: - Ai, não acredito que você conseguiu concertar! - e foi rapidamente perto do garoto ver o brinquedo funcionando novamente. Mas, ao chegar perto do garoto olhou para o resto da loja, avistando todos que estavam ali.

Bateu de leve na cabeça do menino e com um grande sorriso disse: - Estava tão concentrado que nem percebeu os clientes entrando. A senhora logo se voltou para os dois e perguntou: - Vocês estão procurando alguma coisa em especial? - com o sorriso mais sincero de todos.

Bem por enquanto serei o narrador de vocês, sejam bem vindos e divirtam-se. Também peço para cada um colocar o link da ficha e os atributos da assinatura, grato.

À medida em que vão conversando, Póllux lentamente se aproxima de Elyaris e apóia o braço em uma estante qualquer.

Ela desvia o olhar para cima, criando um perfeito momento para..."analisar suas qualidades físicas mais de perto". Póllux desvia o olhar para a tigresa logo em seguida.
"Oito e meio. Mas nada que não possa melhorar."

Uma voz feminina, que vem de outro canto da loja, corta a conversa. É a dona da loja.

"Ô droga...ela tinha que interromper....bem...vamos aos negócios então."

-- Eu acredito ter acabado de encontrar tudoo que procurava agora mesmo senhora...mas ainda estou aberto a negócios...mostre o que tem de interessante aí, me surpreenda. -- Diz Póllux, no impulso de sempre.

Embora Chaos segurasse a tigresa com força, essa parecia agitada, como se farejasse alguma coisa, e com um pulo soltousse do colo da dona, caindo no chão e indo o mais rapido que podia até os fundos da loja, local onde curiosamente o garoto segurando o estranho globo de metal também se dirigia. A música ia ficando mais baixa a medida que o garoto se afastava. - Não se preocupe com ela, tenho certeza que não vai quebrar nada aqui dentro.

- Bem, como ia dizendo, temos muitas coisas que possam lhe interresar na loja... - disse a velha. - Mas me diga, que tipo de magia você está procurando? Seria do tipo para conquistar garotos? - disse, brincando. Foi quando o barulho de um animal assustado foi ouvido um pouco atrás do balcão.

"Mas que droga de musiquinha é essa?" Pensa Póllux vendo a criança se afastar.

Enquanto a vendedora fala com Elyaris, dá mais uma rápida olhada ao redor para ver se acha alguma coisa mais interessante do que a jovem. Tarefa difícil essa, especialmente quando interrompida.

-- Problemas! -- Grita Póllux, imediatamente sacando sua espada da bainha e correndo em direção ao barulho. -- Fiquem aqui, que eu cuido disso!

E parte como um raio. Essa impulsividade já lhe rendeu muitas dores de cabeça...mas tudo bem, ele sempre acaba dando umas risadas depois.

Póllux chegou mais rápido e viu a pequena tigresa presa numa especie de rede com vários homenzinhos com armadura ao seu redor, tinham cada um uns 5, 10 cm, cada um com uma armadura um pouco diferente da outra, seus elmos cobriam seus rostos, uns carregavam lanças, outros espadas. Agora que prestará mais atenção, Póllux podia ver que estavam por todos os lugares.

- Para trás, Gigante! - disse um deles, colocando sua lança na garganta da tigresa. - Para trás se não eu mato a fera! - Foi quando de algum lugar saiu uma pequena flecha que o acertou no pescoço o fazendo cair. Logo após vieram outras flechas e alguns elfos saíram correndo de trás de um caixa. - A fera é nossa - disse o que parecia ser o líder entre os elfos. E uma guerra começou, tigresa amarrada era usava como obstaculo, escudo e arena quando alguns elfos ousavam escalar tigresa para lutar contra alguns dos soldadinhos nas costas do animal enquanto outros permaneciam na retaguarda, atirando flechas.

- Xumi! - gritou a velha. - Você soltou os bonecos denovo? - O menino largou o globo ao lado de uma cama e veio correndo, pegando um boneco de cada vez e colocando-os dentro de caixas. Elfos e soldados em caixas diferentes é claro. - Eles disseram que iam me ajudar a concertar o globo - explicou Xumi. - Então eu os soltei. Eles me ajudaram de fato, eu ia prender eles agorinha mesmo. - E continuou, pegando um por um.

Por fim os bonecos partiram em retirada, cada um fugindo do jeito que conseguia. Póllux e Caos iam caçando-os e entregando para Xumi que os colocava nas caixas. Quando acabaram a tigresa já estava a salva, estavam bem para dentro da loja, próximos do globo de metal que agora não fazia mais barulho algum, ao lado havia uma cama e nela um animal peludo com aparência humanoide, seu rosto estava contorcido, tinha um foucinho grande e era muito musculoso, estava muito bem amarrado. A fera dormia.

Passem o msn de vocês por PM por favor =)

-- Mas que adoráveis essas criaturinhas. Diga dona, estão à venda? Por que se estiverem, eu compro! -- Diz Póllux, com um brilho vívido nos olhos. -- É só dizer quanto!

"Hum, vou dar um desses homenzinhos pro Késtor, e aí, por tabela, vou estar me dando um também! Genial esse lance de um corpo pra dois, tudo vira pechincha!"

-- Ah, sim, Elyaris, lá está sua felina...à salvo, como prometi. -- Aponta pra tigresa. Seu olhar pulava das caixas com os bonecos para Elyaris, e vice-versa.

Spoiler:

- Bem meu jovem se você quer tanto um desses, você pode ficar com um deles, há tantos que não farão falta. - disse, cabisbaixa, com lagrimas nos olhos - Foi meu filho que os criou, era um mago e tanto - finalmente desabafou, - mas ele se corrompeu quando começou a mexer com magia negra, até que perdeu tudo e agora está nessa cama, mais parecendo um monstro. - disse, chegando perto da cama, colocando as mãos sobre o filho que estava com um corpo deformado, parecendo uma besta. Lagrimas caiam de seus olhos. Foi nesse momento que um dos soldadinhos caiu sobre a fera, parecia que se escondera sobre uma prateleira em cima da cama e perdera o equilíbrio tentando ouvir a conversa. E então a fera acordou, se chacoalhava loucamente, jogando a velha e o bonequinho para longe, esse ultimo que foi bateu no peito de Póllux, que instintivamente o segurou com as mãos.

- Por favor gigante, não me machuque. - disse o boneco, com medo.

A fera continuou, tentando se soltar a todo custo, parecia que nada a pararia. Foi quando o barulho de um brinquedo de corda foi ouvido, e segundos depois uma canção infantil, era o Xumi dando corda no seu globo de metal. A fera se acalmou completamente, e aos poucos voltou ao sono profundo, era o som do brinquedo que a acalmava.

- Estou cansado disso - disse Xumi, que não tinha mais de 15 anos. - Porque agente não mata ele logo e acabamos de uma vez com isso vó? Eu não aguento mais ver papai sofrer assim. - Ah meu neto. - disse a velha, abraçando o neto. - Deve haver alguma maneira, algum jeito, ainda não tentamos de tudo... - Chega vó, agente já tentou de tudo... Nos faria um favor o matando. - disse a Póllux.

Avisos

Bem pessoal, mil desculpas pela demora vou tentar evitar esse tipo de coisa. Chaos você pode sair da loja quando quiser mas eu a aconselharia ficar mais um pouquinho.

Póllux o bonequinho que está em suas mãos é agora seu. Me passe um PM com o nome dele e uma leve descrição de como você quer que ele seja e irei adiciona-lo na sua ficha. Lembrando que ele não é muito diferente daquela imagem que eu coloquei, e tem de 5 a 10cm.

Póllux encara a criatura em seus braços por um instante. "Que...surreal. Essa família deve estar sofrendo demais..."

-- Não vou te machucar. -- Responde ao brinquedo enquanto o aninha em um bolso vazio.

As palavras da criança...soam como vidro estilhaçando nos ouvidos de Póllux. Logo ele...JAMAIS iria permitir que alguém tratasse sua família assim....seu irmão...

-- Escuta aqui garoto. -- Diz ele num tom distoantemente sério da sua normalidade. -- Você não faz ideia do que está dizendo. Aliás, diria que você fez esse infeliz comentário na frente da única pessoa no mundo da qual você não poderia. --

Enquanto discursa, percebe Elyaris se afastar. "Talvez seja melhor." E ele retira seu chlamys e em seguida o corselete e a abaixa a parte de cima do chiton, revelando a marc de Polydeuces.

-- Está vendo esta marca garoto? Não posso entrar em detalhes, mas ela é a prova de que eu realizei o maior dos sacrifícios para reparar um erro irreparável. -- Seus olhos agora marejados, sua voz, embargada. -- SEMPRE há um jeito. SEMPRE haverá ma segunda chance. Infelizmente às vezes ela está um pouco além do nosso alcance, mas é nessa hora em que precisamos ser mais fortes para enfrentar as consequências.

Olhando firme nos olhos de Xumi, Póllux recoloca sua roupa no lugar, pega sua mochila e se aproxima do filho transformado.

-- Ele está vivo, e com vida há muitas esperanças. Por favor não desistam dele. Se estiverem dispostos a mais uma, duas, dez tentativas se for necessário, eu os ajudarei. --

- Vocês não sabem quem é meu pai, nem quando não estava amaldiçoado ele merecia viver. - disse o menino com lagrimas nos olhos. E então desapareceu, correndo mais para o fundo ainda da loja. E quando sumiu, a música parou. A velha ainda estava no chão, chorando. Ela apontou para o globo e pediu para que Pollux desse corda. A velha demorou muito para se acalmar para então recomeçar a falar.

- É ele que faz tudo por aqui. - começou - Foi ele que ergueu essa loja, ele que criou esse maldito globo, ele mesmo se amarrou. - suspirou - Ele achava que ainda tinha como controlar a maldição. Ele estudou muito antes de se transformar nessa coisa, ele queria saber tudo, estava desesperado, disse que a maldição não duraria mais de três dias. - e voltou a chorar, era óbvio que se passara mais tempo do que isso. - Se querem ajudar eu diria para começar procurando pelas coisas dele. São livros macabros, eu até tentei entende-los mas não consigo lê-los, parece que são escritos numa linguagem tão sangrenta, sem contar que não paro de ter pesadelos por causa deles. Estão atrás daquela porta se algum de vocês poder pega-los. - disse a velha.

A porta não era tão longe, ficava a uns 10 metros dali, embora fosse o impulso sair os dois juntos tinham que se lembrar que o garoto queria o pai morto, talvez não fosse uma boa ideia o deixar sozinho, sem contar que havia todo tipo de coisa que poderia ser usado como arma ali dentro.

-- Eu pego os livros! -- Exclama Póllux sem titubear e largando displicentemente a mochila no chão.

-- Elyaris, fica de olho no local ok? -- E parte para a porta.

Pollux se aproximou da porta, a abrindo, era um quarto pequeno mas estava muito bagunçado. Havia um escrivania e um armário mas de resto o quarto se assemelhava a um deposito, cheio de coisas e tudo bagunçado. Haviam pilhas de livros e não teria como saber qual era o certo. Ele pegou um, disposto a analiza-lo - Não é esse. - disse o bonequinho em seu bolso. - Nem esse. - quando ele pegou outro livro.

Do lado de fora do quarto Chaos se perguntava como aquilo tinha acontecido. A velha então levantou-se e pegou um frasco, entregando-o a Chaos. - Se quiser saber vai ter que ver por si mesma. Você sabe o feitiço não sabe?

-- Nesse ritmo vamos demorar uma eternidade! -- Diz Póllux, jogando o livro para trás.

-- Se ao menos o Késtor tivesse aqui...-- Ele mergulha a mão dentro do bolso para pegar o boneco e o eleva até a altura de seus olhos.

--Bom camaradinha, espero que sua memória esteja afiada, por que além de não fazer a menor ideia de como seja esse livro, eu também não tenho muita paciência...-- Ele o pousa na escrivaninha. -- Vai olhando esses livros enquanto eu olho o armário.